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Sem nenhuma intenção e por pura necessidade, o jejum surgiu há milhares de anos devido à dificuldade de se encontrar alimentos. Nossos ancestrais não tinham de 4 a 5 refeições diárias. Muito menos faziam lanches a cada 3 horas, como recomendam alguns nutricionistas. Eles comiam o que podiam ao encontrarem mantimentos e depois passavam por longos períodos sem alimentação, utilizando as reservas obtidas para sobreviver.

Prato com um relógio no meio para demonstrar o intervalo entre a alimentação no jejum intermitente

Com o aperfeiçoamento das técnicas de produção e conservação de alimentos, hoje o cenário é completamente diferente. Mas, o jejum segue popular por diversos motivos, dentre eles o método conhecido como jejum intermitente. "A estratégia consiste em realizar pausas programadas na alimentação, por períodos que podem se estender entre 12 e 24h seguidas, algumas vezes por semana, voltando a alimentação normal, de preferência com produtos naturais, com baixa quantidade de açúcar e gordura", explicou a nutricionista da Engenharia do Corpo Jordana Lessa.

Para quem vai iniciar neste tipo de jejum, recomenda-se fazer uma vez por semana, começando com 12h e ir aumentando de forma gradual conforme adaptação, até no máximo 16h. "Só é aconselhado para pessoas totalmente saudáveis e, com acompanhamento de um nutricionista ou médico para garantir que não faça mal à saúde", alertou.

Conforme Jordana, o jejum intermitente não é mais efetivo do que outras estratégias para emagrecimento. E, na maioria dos casos, manter uma alimentação equilibrada ao longo de todo o dia é a prática mais eficaz para controlar a ingestão de calorias e adequar índices como colesterol e glicemia.

Quando o nosso corpo entra em um contexto de privação de calorias e nutrientes, o metabolismo basal (quantidade de energia que precisamos para sobreviver) diminui. Ao reduzi-lo, pode-se até perder peso, o que nem sempre significa emagrecimento saudável. A longo prazo as privações são entendidas como um estresse pelo corpo, que buscará meios de se defender. Uma dessas maneiras é a produção de cortisol, hormônio que interfere no ganho de massa muscular. "O problema é que a massa muscular é responsável por manter o organismo metabolicamente ativo, ou seja, são os músculos que aceleram o nosso metabolismo para a perda de peso".

Para a nutricionista, o jejum intermitente pode ser um tiro no pé. Pois, ao perder peso de forma rápida, eliminamos também os músculos. Porém, quando recuperamos o peso, acabamos acumulando gordura, causando o famoso efeito sanfona. "Cada pessoa vai se adaptar com um estilo de alimentação e estratégia. Não existe comer a cada três horas, nem fazer jejum intermitente. Vai depender da rotina, comportamento, metabolismo e das questões genéticas de cada um", finalizou.