Quem não deseja ter uma barriga saudável e ainda por cima bonita? Há pessoas que mesmo não tendo uma alimentação regrada e, com pouca, ou nenhuma prática de exercícios físicos conseguem ter. Mas, isso não é uma regra, sendo essa parcela ‘sortuda’ uma minoria, visto que em grande parte das pessoas a barriguinha tende a aumentar. E nestes casos, é necessário ter um cuidado maior para que ela não venha afetar a saúde, a autoestima e a rotina de um modo geral. "A visão de barriga bonita, corpo definido é relativo. Barriga chapada ou ‘magra’ não é necessariamente sinônimo de saúde. Uma pessoa com a barriguinha saliente pode ter mais saúde que outra esteticamente magra", ressaltou a nutricionista da rede Engenharia do Corpo Jordana Lessa (CRN10 9185).
No entanto, Jordana informou que quanto maior a circunferência abdominal, mais chances o paciente tem de sofrer alguma doença cardiovascular. Mas, esse não é o único ponto que deve ser avaliado. Existem outros fatores relevantes que devem ser levados em consideração: peso, percentual de gordura e exames laboratoriais. "A gordura abdominal é um tipo de gordura visceral. Ou seja, ela fica muito próxima a vários órgãos essenciais do corpo humano, como coração, fígado e pâncreas. Além disso, essa gordura também favorece a produção de substâncias pró-inflamatórias, aumentando o risco de ateroscleroses. A gordura abdominal também favorece o surgimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes, colesterol e triglicérides alto, além de tromboses e vários outros problemas", alertou.
Os cuidados com a saúde devem fazer parte do cotidiano das pessoas desde o princípio. No caso da barriguinha, não se trata apenas de uma questão estética. Diferentemente dos adultos, em que a circunferência abdominal ideal deve ter no máximo 88cm para mulheres e até 102cm para homens, não há um tamanho padrão para as crianças que estão em fase de crescimento. "Dessa forma, o acompanhamento da medida deve ser feito por um médico e/ou nutricionista. O tamanho adequado varia de acordo com a idade e o sexo", frisou.
Conforme Jordana, há estudos que mostram que crianças com maior circunferência da cintura aos 3 anos de idade, e aquelas com muito ganho de peso entre 3 e 8 anos são mais dispostas a ter altos níveis de ALT (alanina aminotransferase), uma enzima que é um marcador para a saúde do fígado, inclusive para a doença hepática gordurosa não alcoólica. "Os cientistas relataram que aos 8 anos, aproximadamente 35% das crianças eram obesas e tinham ALT elevado, enquanto somente 20% delas apresentaram peso normal e nível alto da enzima. Os pais devem estar atentos ao que seus filhos comem e estimular a prática esportiva, de forma que eles cresçam sadios", orientou.