A obesidade é uma condição que vai muito além da aparência física. Trata-se de um problema de saúde pública, que pode afetar de forma significativa o funcionamento do corpo, a qualidade de vida e a longevidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade já é considerada uma epidemia global e está diretamente associada ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas.
Entender os riscos e os impactos da obesidade no organismo é fundamental para promover mudanças conscientes e buscar ajuda profissional. Afinal, cuidar do peso é, acima de tudo, cuidar da saúde.
Doenças ligadas à obesidade: Por que é preciso se cuidar
O que é obesidade?
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. As pessoas podem identificá-la por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), que relaciona o peso e a altura. Um IMC acima de 30 já indica obesidade, mas essa classificação, por si só, não avalia o risco real — é preciso levar em conta fatores como composição corporal, hábitos alimentares, exames laboratoriais e histórico familiar.
Quais doenças estão ligadas à obesidade?
A obesidade está associada a diversas condições de saúde, muitas das quais podem ser prevenidas ou controladas com mudanças no estilo de vida. A seguir, conheça as principais:
- Doenças cardiovasculares
A obesidade aumenta o risco de hipertensão arterial, colesterol alto, acúmulo de gordura nas artérias (aterosclerose) e, consequentemente, infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Leia também: A importância de se prevenir contra doenças cardiovasculares
- Diabetes tipo 2
O excesso de gordura, especialmente abdominal, está diretamente relacionado à resistência à insulina, o que favorece o desenvolvimento do diabetes tipo 2 — uma das doenças crônicas mais comuns entre pessoas com obesidade.
Leia também: Até 80% de pacientes com diabetes tipo 2 morrem de problemas cardíacos
- Esteatose hepática (gordura no fígado)
Muitas pessoas com obesidade desenvolvem acúmulo de gordura no fígado, o que pode evoluir para inflamação (esteato-hepatite), fibrose e até cirrose hepática.
- Apneia do sono
A obesidade, principalmente quando há acúmulo de gordura na região do pescoço e tronco, pode dificultar a respiração durante o sono, causando apneia — uma condição que afeta a qualidade do sono e pode ter consequências graves.
- Problemas articulares e musculares
O excesso de peso sobrecarrega as articulações, principalmente joelhos, tornozelos e coluna. Isso favorece o aparecimento de dores crônicas e doenças como artrose.
- Alguns tipos de câncer
Estudos mostram que a obesidade pode aumentar o risco de certos tipos de câncer, como câncer de mama, intestino, esôfago, endométrio e pâncreas, por causa de alterações hormonais e inflamatórias no corpo.
- Saúde mental
Não podemos ignorar o impacto da obesidade sobre a autoestima e a saúde emocional. A ansiedade, a depressão e os transtornos alimentares são comuns em pessoas com obesidade, muitas vezes alimentados pelo preconceito e pela dificuldade em encontrar acolhimento adequado.
Por que é preciso se cuidar?
A obesidade é uma condição complexa, que envolve fatores genéticos, hormonais, comportamentais, emocionais e sociais. E justamente por isso, ela não deve ser tratada com culpa, dietas restritivas ou soluções mágicas.
Cuidar do peso é um ato de amor próprio. É entender que saúde não se resume à balança, mas ao bem-estar integral: físico, emocional e metabólico. Pequenas mudanças de hábitos, quando feitas com constância e orientação, geram grandes transformações ao longo do tempo.
"O emagrecimento saudável começa com o autocuidado e com escolhas sustentáveis no dia a dia. A meta vai muito além de um número na balança, é sobre viver com mais energia, qualidade de vida e liberdade para ser quem você é." — Jordana Lessa, nutricionista
A obesidade é um desafio, mas também um convite à transformação. Não se trata de buscar um corpo perfeito, mas de viver com mais saúde, prevenindo doenças e valorizando cada conquista no processo.
Se você sente que precisa de ajuda para começar ou retomar esse caminho, saiba que você não está sozinho(a). Com acompanhamento nutricional, suporte emocional e estratégias personalizadas, é possível recuperar o equilíbrio e dar um novo significado à sua relação com a comida e com o seu corpo.
Thiago Machado 
