Embora muitas pessoas ainda associem o câncer a uma doença que surge apenas em idades mais avançadas, a realidade mostra que mulheres jovens também estão suscetíveis. Os hábitos de vida, a exposição a fatores ambientais e até mesmo escolhas cotidianas podem influenciar no risco de desenvolver diferentes tipos de câncer.
Durante o Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre o câncer de mama, o foco costuma ser nas mulheres acima dos 40 anos. No entanto, como explica a nutricionista Jordana Lessa, "é um mito acreditar que o câncer só atinge pessoas mais velhas. Cada vez mais observamos a importância da prevenção precoce, já que escolhas feitas hoje impactam a saúde a longo prazo".

O câncer não escolhe idade: 5 fatores de risco que toda mulher jovem precisa conhecer (e mudar)
A seguir, conheça 5 fatores de risco que merecem atenção desde a juventude:
Alimentação pobre em nutrientes
Dietas baseadas em alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras trans aumentam a inflamação sistêmica e podem comprometer o funcionamento celular, assim, criando um ambiente mais favorável ao surgimento de mutações.
Segundo a nutricionista Jordana Lessa, "uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, fibras e proteínas magras atua como um verdadeiro protetor celular, fornecendo antioxidantes que reduzem o estresse oxidativo, um dos mecanismos associados ao câncer".
Sedentarismo
A ausência de atividade física é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos principais fatores de risco modificáveis para o câncer. O exercício regula hormônios, melhora o sistema imunológico e reduz inflamações crônicas.
"Mulheres jovens muitas vezes negligenciam a prática regular de atividade física, mas mesmo 150 minutos semanais de exercícios já reduzem significativamente o risco de câncer de mama e de cólon", afirma Jordana Lessa.
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Consumo de álcool
O álcool é considerado pela Agência Internacional para a Pesquisa em Câncer (IARC) como um carcinógeno do grupo 1, ou seja, há evidências claras de sua associação com diferentes tipos de câncer, incluindo mama, esôfago, fígado e boca.
"Ao metabolizar o álcool, o organismo produz acetaldeído, uma substância altamente tóxica e cancerígena. Isso mostra que não existe consumo completamente seguro. Reduzir a frequência e a quantidade já faz diferença", reforça a nutricionista.
Exposição solar sem proteção
O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e pode surgir em mulheres jovens, principalmente quando há histórico de queimaduras solares repetidas. A radiação ultravioleta danifica o DNA das células cutâneas, aumentando o risco de mutações.
"Usar protetor solar diariamente não é apenas uma questão estética. É uma medida de prevenção contra o câncer de pele. Mesmo em dias nublados, a radiação continua presente", lembra Jordana.
Tabagismo e uso de cigarro eletrônico
Apesar da redução no consumo do cigarro tradicional, o cigarro eletrônico tem atraído jovens e criado uma falsa sensação de segurança. No entanto, estudos já comprovam que ele também contém substâncias cancerígenas.
"O tabaco e seus derivados estão associados a mais de 15 tipos de câncer diferentes. Trocar o cigarro convencional pelo eletrônico não elimina o risco. O ideal é buscar ajuda para abandonar o hábito", explica a nutricionista.
O câncer realmente não escolhe idade, mas cada mulher pode escolher cuidar de si mesma. A adoção de hábitos saudáveis, aliada ao acompanhamento médico e a exames de rotina, é fundamental para a prevenção.
Neste Outubro Rosa, mais do que reforçar a importância do diagnóstico precoce, é hora de lembrar que a prevenção começa cedo.
"A forma como você se alimenta, se movimenta e cuida do corpo hoje será determinante para a sua saúde no futuro. Prevenção é um investimento de longo prazo", conclui Jordana.